sábado, outubro 06, 2007

E...

E aqui dentro de mim, espinhos. E quando eu respiro, dores. E quando eu realmente olho, choro.

Porque a injustica esta em todo lugar. Porque os homens, os brancos, os ricos, os poucos, continuam ditando a moda que vestimos, a musica que escutamos, os lugares que visitamos, a historia que estudamos, os filmes que assistimos, as pessoas a quem admiramos. E os pobres, as mulheres, os negros, os latinos, todas as minorias que, juntas, constituem A maioria.

Porque a diversidade nao e respeitada e a midia, controlada por cada vez mais poucos, contribui para a deturpacao do verdadeiro sentido da ideia de democracia.

Porque enquanto mansao para uns, papelao para outros.

Porque o meu proprio irmao esta passando fome enquanto eu me divirto fazendo compras.

quarta-feira, abril 11, 2007

Medo

Miedo

Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienem miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienem miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienem miedo de subir y miedo de bajar
Tienem miedo de la noche y miedo del azul
Tienem miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de ascender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como un laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tienem miedo de reir y miedo de llorar
Tienem miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienem miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de dormir
Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Miedo... que da miedo del miedo que da


(De Pedro Guerra,Lenine,Robney Assis)

domingo, janeiro 14, 2007

Carta a um amigo

Olá, amigo.
Há quanto tempo não temos aquela conversa. Aliás, nem sei se alguma vez nos propusemos a, realmente, aprofundarmos algum assunto pessoal entre nós. Mas estivemos tão junto e por tanto tempo, que penso saber tudo sobre você, assim como imagino que, de você, haja a mesma ilusão sobre a minha pessoa.
Existem tantas coisas que você realmente não sabe sobre mim, sobre o que eu penso do que vivemos, do que eu gostaria que tivesse acontecido, dos bons momentos que mantenho vivos em minha memória, alimentando-os com o manto de afeto com que costumamos envolver o que foi um bem no passado. E, tenho para mim, que não são apenas divagações da minha fraca mente presumir que, do mar que é você, quantas ondas eu não tenho idéia de que já alcançaram a areia da praia, quantas tempestades lhe assolaram ou quantos navios desceram até o mais profundo de suas águas.
Por que será que não pudemos manter aquela intimidade inicial, quando você me acalentava nos seus braços, prestava toda a atenção em cada um dos meus passos, pra não me deixar cair, quando me corrigia com palavras ou aqueles olhares que eram a síntese necessária para que meu espírito teimoso pudesse parar, por um instante que fosse, para uma reflexão. Eu acredito, com fé de centurião, que meus temores seriam outros ou mais raros, se pudéssemos manter a união como pai e filha com toda a vivacidade daqueles primeiros anos. Ah, como eu amava aqueles seus sorrisos, suas mãos nas minhas, me conduzindo ou apenas me indicando que você estava lá.
Pergunto-me hoje, o porquê de uns e outros medos que se dizem seus amigos e que querem me manter sua. Não os aprecio e, sinceramente, eles mentem pra mim, apenas porque tenho me enfraquecido com toda essa largura entre nós. Não acredito neles! È claro que me abalo ligeiramente ao ouvi-los, mas seus ruídos não me impedem de ainda amar você com toda a intensidade do meu espírito. Sim, eu te amo. Ainda é perceptível, para mim, para todos ao meu redor. E para você?
Temo por ser inteiramente à sua imagem, não à sua perfeição. Estremeço ao pensar em meus deslizes, tão desconhecidos seus, que me vêm à mente como flashes condenatórios. Acredite: eu não quis falhar! Eu sempre desejei o seu sorriso confirmativo após meus feitos, apesar de conhecê-lo para saber de nossas diversas alegrias. Eu errei! E muito eu tenho feito que, em suas perguntas sobre o tempo e meu estado, você não reconhece as angústias das minhas insônias nem a vontade de chorar em seu colo. Porquê, ao errar, mesmo quando eu assumia que queria alguma transgressão, eu sinto a dor da sua ofensa.
Como seria confortante saber de seu carinho incondicional nesses momentos, nos quais eu pudesse receber um abraço de perdão e compreensão, o que não ouso pedir ou esperar de alguma confissão, mesmo porque não as faço. Assim, elas ficam acumuladas em meu interior, como um tumor abriga impurezas até que sejam impossíveis a si e estas são expelidas, ferindo a pele. Apenas a confissão traz o perdão? E a mudança? E minha dor? E o meu perdão às suas inconscientes omissões? E todas as penitências?
Quantas indagações tomam meu ar e obstruem a minha caminhada. Quanto amor em mim! O amor pra valer é aquele que lança longe todos os temores. Cadê a verdade nesse amor tão forte pra valer então?
Grito:
Eu quero uma chance para me sentir amada também, apesar de uma consciência latente sobre isso. Mais que isso, quero mesmo o seu perdão independentemente de mim.
Com amor e com dor,
Sua amiga ontem e amanhã. (Hoje?)

quinta-feira, dezembro 28, 2006

o Artista, o Poeta... (palavras emprestadas)

"Poeta é um ente que lambe as palavras e depois se alucina".

"Seu França não presta pra nada -
Só pra tocar violão.
De beber água no chapéu as formigas já sabem quem ele é.
Não presta pra nada.
Mesmo que dizer:
- Povo que gosta de resto de sopa é mosca.
Disse que precisa de não ser ninguém toda vida.
De ser o nada desenvolvido.
E disse que o artista tem origem nesse ato suicida".

Manoel de Barros (de O guardador de águas, Ed. Civilização Brasileira)

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Tanto Tanto Tanto

Por que não sou tantas, como precisaria?
Cozinha
Biblioteca
Cama
Lavanderia
Sala de estar
Sala de jantar...

Dói-me a fronte
Doem-me as costas
Sou tão jovem...
Imagine!

Por que não sou tantas?
Por que não sou forte?
Pros amigos
Pras festas
Pras tarefas
Pras leituras
Pra ficar à toa sem pesar.

Esqueço de tudo
Esqueço o antes e até o agora
Minha agenda é a minha memória

Confusão!

Poucas as horas.
Tantos os fazeres.

E eu não sou tantas.
E eu sou só essa.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Macarronada à Berinjela e Calabresa




Ingredientes

200gr de macarrão
1 berinjela grande picada
1 lingüiça calabresa média picada
½ cebola picada
½ tomate picado
1 colher de sopa de margarina

Como fazer

Cozinhe o macarrão.
Refogue a berinjela, e, depois de um tempo na água (meio copo), junte a lingüiça. Quando a lingüiça estiver quase pronta, acrescente a cebola e, no final, o tomate.
Coloque a colher de sopa de margarina, depois que derreter, junte o macarrão e misture.
Está pronto! Rende para duas pessoas não muito desesperadas...



Como comer

Almoce ou jante em frente à televisão ou à tela do computador, assistindo “O fabuloso destino de Amelie Poulain”. Fabuloso...

................

Não é uma receita,não é uma fórmula, mas, em tudo o que faço, vejo e sinto a poesia. É a vida! Não é que eu não vejo o mal, a dor, a miséria, mas as vejo como um motivo para que haja flores e música. O que há de tanto em um macarrão, afinal? Não há! O que há, se houver, está em quem come, em quem vê, em quem sente...

sexta-feira, setembro 08, 2006

Aquele arco-íris


Foto by Gray Boy


Um dia,
Meu abraço era de todas as cores...
Mas ele,
De cores não tinha nada!
E só me deu aquele olhar acinzentado

De adeus.

Adeus...