segunda-feira, junho 05, 2006

O porquê de ler auto-ajuda

Domingo fui a uma livraria com alguns amigos. Logo que entramos, cada um se dirigiu para a ala de interesse. Eu, antes disso, fui perguntar, a pedido da Favoretto, se tinha uma biografia do Drummond disponível – Os sapatos de Orfeu. Depois de verificar que sim, a minha intenção era dar uma olhada nos livros de sempre: literatura infantil, teoria literária...

Quando me vi, estava numa estante só com livros de auto-ajuda, pior: achando interessante! Puxa, ali tem solução rápida pra tudo quanto é tipo de problema, soluções imediatas para ter idéias e aplicá-las no dia-a-dia, enfim, não sei porque o mundo ainda está como está se existem tantos livros, autores, soluções!

Fiquei lá, folheando...até que a Silva me viu e me levou para a sessão de crítica literária – onde ela diz que vai todos os dias e lê um trecho do livro que não tem dinheiro para comprar. Mas a questão da auto-ajuda não me saiu da mente. Eu, que sempre detestei livros de auto-ajuda, ou pelo menos, em geral, os vi como falares do que é óbvio ou do que as pessoas querem “ouvir”.

Ah! Mas quem tá na fossa que nem eu não tem nada melhor do que se auto-ajudar! Ao invés de gastar a maior grana em terapia (o que não seria possível porque a moça aqui é sobrevive, portanto não tem dinheiro para esses luxos), com 25 reais, em aproximadamente 100 páginas, você se resolve. Ao invés de horas a fio conversando, e dizendo quem você é para que o terapeuta saiba o que fazer, você já se conhece mesmo (então economiza até tempo), deita numa rede e lê, em uma tarde, o que fazer para se auto-ajudar. E, lendo, você já se sente uma nova pessoa, muito importante, capaz, forte, corajosa, sonhadora...

É por isso que resolvi defender os livros de auto-ajuda. Para quem tiver 25 reais é uma ótima idéia. Para mim, descobrir isso foi um começo. Como nem esse dinheiro eu tenho, minha forma de me auto-ajudar é escrevendo aqui. E talvez de ajudar quem esteja desesperado, lendo esse maravilhoso blog, e que só precisava de um empurrãozinho para descobrir as maravilhas do gênero auto-ajudativo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Hum...alguns comentários...

- Livros de auto-ajuda sofrem tanto preconceito quanto certas camadas sociais, pra fazer uma comparação chula. E não faz sentido toda essa depreciação desse genero. Na minha opinião, se alguma coisa ajuda alguém, não há como isso ser ruim. É como vc disse: em 100 páginas, rapidamente, vc se sente alguém melhor. Tá, pode ser que essa sensação seja efêmera ou falsa, mas se fez alguém se sentir bem por 1 segundo que seja, então teve méritos. Isso chama-se estereótipo, fruto de cabeças fracas que falam sem ao menos conhecer as coisas. Julgar não é válido... por isso gostei da sua posição em relação à auto-ajuda.

2 - Não acho que terapia seja luxo. Acho até que seja uma necessidade. Todos, se tivessem oportundiades, deveriam fazer, porque auto-conhecimento é uma dádiva pouco concedida (eu acho), e você é capaz de aprendê-la na terapia. E, diferentemente do que você disse, o terapeuta não pensa nas coisas que você tem que fazer; ele não te dá soluções. Ele te ouve, deixa vc descarregar emoções e devolve tudo isso aos seu olhos, modificado pela visão de um profissional. As soluções, decisões e constatações devem partir de vc, e nenhuma terapia mastiga nd pra ninguém. Talvez por isso mesmo - além do $ - mta gente evite fazer terapia: dói enxergar as verdades, se descobrir, ponderar, divagar, mergulhar nos seus enigmas existenciais. Dói, mas é uma sangria necessária. Pra mim foi uma salvação...entretanto, já estou mal novamente. Talvez o efeito seja o mesmo dos livros de auto-ajuda mesmo. Mas que ajudou, ajudou. E muito.

Te adoro.
Bjo

Anônimo disse...

Eu li, li, li... E, agora escrevi. Estranhas suas escritas. Não ruim. Bom! Não de bom. De BOM.
Estranho como a gente sonha assim. Estranho como não basta o início e nem o fim. Como os sonhos realizados causam dor e como as críticas nos intensificam. Eu li. Gostei do que vi. O que paira ainda no ar é a pergunta de onde vamos parar. Mais um texto. Outro. Outro. Não tem fim. As idéias surgem. Os sonhos acontecem, real. Por que da tristeza as vezes? Por que o homem é assim tão mulher e a mulher tão homem? Até onde irá o sobrenatural? Perguntas. E tudo o que eu queria escrever antes de escrever é: li. E findo aqui. Pra que o meu li não atrapalhe o seu escrevi. Escreveu. Li.

Anônimo disse...

Nossa... comentário bom... mto bom.
(desculpe me intrometer)

DaNy GumP disse...

"Luxo", Gui. Só p esclarecer...